sábado, 27 de dezembro de 2014

Sherlock, tem um assassino na minha sopa.

     O relógio marcava 11h15 da manhã, o trem que os levaria a Londres estava para chegar. As pessoas na estação estavam agitadas, seria uma longa viagem. 
     Watson e eu adentramos no vagão as 11h20, conforme o previsto, avistei o maquinista e seu cabelo grisalho, reparei no piso frio por baixo do tapete vermelho sangue e nos assentos verde musgo de couro.
 Eu estava lendo o jornal enquanto meu fiel amigo e o casal de senhores à nossa frente conversavam sobre alguma técnica de medicina quando uma moça apareceu, pálida e sem fôlego, à nossa procura.
- O senhor é Sherlock Holmes? - perguntou-me - Preciso que me acompanhe até o vagão 03.
Eu e Watson saímos às pressas. Quando chegamos havia um moço, deveria ter seus 30 anos de idade, pele morena e cabelos castanhos, deitado sobre sua sopa, sem batimentos cardíacos. 
- Ele estava sozinho neste vagão, não sei como pode ter acontecido tal tragédia - A moça estava desesperada tentando ligar para a polícia.
Vasculhei seus bolsos à procura de documentos. Encontrei sua identidade: Peter Morrison, 32 anos. 
De acordo com John Watson, Sr. Peter havia sido morto por envenenamento. Mais precisamente, cianeto. 
Seu terno bem cortado e sua maleta de couro legítimo indicavam que pertencia à classe alta da sociedade, enquanto a aliança mal polida em sua mão indicava problemas no casamento. Estava com expressão assustada, mostrando-me que foi pego de surpresa em seu momento de morte. 
       Inspetor Lestrade e os demais membros da Scotland Yard chegaram na próxima estação para averiguar a cena do crime. A princípio, acharam que aquilo fora suicídio. (Sem vestígios do veneno nas mãos, nenhuma pista de onde o frasco poderia estar. A janela estava fechada e a poeira no parapeito não indicava que havia sido aberta nos últimos dias. Não podia ser suicídio. Alguém no trem havia colocado o cianeto em sua sopa antes de ser entregue. A questão é: como a pessoa sabia qual pote de sopa iria para Sr. Morrison?)
       A princípio nos interrogatórios, apenas uma moça alegou ter conversado com ele: a garçonete. Diana Smith, 25 anos, trabalho temporário para ajudar o marido no desemprego. Não o conhecia até anotar seu pedido de bebidas. A mesma foi nos chamar alegando a morte do homem. 
       Ao averiguar a cabine seguinte do homem morto, reparei que a mesma estava vazia. A garçonete
disse-nos que o passageiro estava no banheiro devido à má digestão. Decidi esperá-lo. Examinei cada canto da cabine, não havia indício algum de que o passageiro poderia ser o assassino. Dentro de sua maleta havia apenas um livro, óculos e uma roupa de troca. 
       Enquanto esperava, percebi que o homem ao lado parecia o maquinista. Ele estava com sua esposa e os dois alegaram não conhecer o Sr. Morrison. A mulher ainda tinha uma aliança, porém o homem não. Disse-me, quando perguntei, que havia perdido na viagem. O que notei de diferença é que quando voltei a falar com os dois, a mulher havia retirado sua aliança. Encontrei em sua cabine um frasco com gotas de cianeto. 
       Quando a polícia os prendeu, ela confessou o crime: Ela tinha um amante e não queria perder os bens adquiridos no casamento. Planejaram que morresse apenas quando chegassem a Londres, porém Sr. Peter reconheceu sua mulher e tiveram que agir às pressas. Voltamos à Baker Street, 221 B para resolver o próximo caso. 







Fanfic por: Tainá Matiello. 

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